27.12.2013 - 12h12
Maestro Ademir Araújo, Lula Vassoureiro e Banda Revoltosa de Nazaré da Mata são Patrimônios Vivos
Divulgação
O Governo do Estado de Pernambuco, através da Secult-PE e Fundarpe, torna público o resultado do IX Concurso de Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Ademir Souza Araújo, o Maestro Formiga; Amaro Arnaldo do Nascimento, o artesão Lula Vassoureiro; e a Sociedade Musical Cinco de Novembro (Banda Revoltosa de Nazaré da Mata) são agora Patrimônios Vivos da cultura pernambucana.
A seleção anual tem o objetivo de reconhecer e apoiar mestres e grupos que detêm conhecimentos e técnicas necessárias para a produção e a preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular. Cada patrimônio vivo recebe do Governo do Estado uma bolsa mensal vitalícia e passa por diversos programas de ensino-aprendizagem, como oficinas, palestras e cursos com o propósito de transmitir seus saberes, processos fundamentais para a produção, manutenção e recriação de nossas manifestações culturais.
"Encerramos o ano de 2013 cumprindo mais uma meta da Cultura, que é eleger os três novos Patrimônios Vivos de Pernambuco. Uma difícil seleção, pois todos os nomes enviados ao Conselho Estadual de Cultura são da maior relevância para a nossa cultura. Um momento ainda em que destaco a importância desta lei, que é pioneira no nosso estado, cujo êxito se percebe por termos hoje editais semelhantes sendo realizados no Ceará, Minas e Espírito Santo. Cabe-nos agora cuidar, proteger e repassar para as próximas gerações o legado destes mestres", avalia Marcelo Canuto, secretário estadual de Cultura.
O Conselho Estadual de Cultura também exerce relevante papel na definição dos patrimônios vivos, pois cabem ao órgão a análise final das propostas já pontuadas pela comissão técnica e a indicação dos três vencedores. De acordo com Marcus Aciolly, presidente do Conselho, "é uma missão muito difícil escolher apenas três, mas temos a sensação de que o ano foi cumprido, temos a consciência de que são nomes extremamente importantes, símbolos da riqueza cultural pernambucana".
Com o resultado de mais um concurso, Pernambuco possui agora 31 patrimônios vivos. Os falecidos Mestre Salustiano, Ana das Carrancas, Canhoto da Paraíba, Arlindo dos 8 Baixos e João Silva também foram contemplados e são considerados Patrimônios Vivos in memorian, em respeito à valorosa contribuição que deram à cultura pernambucana.
Maestro Formiga (Recife)
Compositor, instrumentista, arranjador, regente e, acima de tudo, mestre. Este é Ademir Souza Araújo, Maestro Formiga, como também é conhecido. Nascido no Recife, em 15 de outubro de 1942, ele é um dos nomes mais respeitados do frevo, pela sua geração e por nomes da atual cena musical pernambucana. Músico autodidata, começou ainda muito jovem, vindo das bandas de música do Recife. Aos 19 anos, compôs o frevo "No ano 2000", já demonstrando que sua mente irrequieta sempre mirou à frente do seu tempo.
Inovador e ousado, Ademir Araújo é um dos mais originais maestros de frevo do estado, promovendo diálogos entre o gênero e outras vertentes musicais, até mesmo o rock. E sua incansável demonstração de amor pelo frevo está marcada em sua biografia, com décadas dedicadas ao fortalecimento do mais autêntico ritmo pernambucano. Foi fundador - e, posteriormente, regente titular - da Banda Municipal, na década de 1970; um dos idealizadores do Projeto Espiral, embrião do Centro de Criatividade Musical; regente da Banda Sinfônica Juvenil Pernambucana; idealizador e coordenador do Curso Ambulante de Música, que contou com a parceria de diversas agremiações carnavalescas do estado; maestro da Banda Sinfônica do Recife; entre outras. À frente da Orquestra Popular do Recife, tem feito trabalhos memoráveis, a partir da reinvenção do frevo, colocando-o em contato com o que há de mais contemporâneo na música.
Lula Vassoureiro (Bezerros)
Amaro Arnaldo do Nascimento ou Mestre Lula Vassoureiro, nasceu em 1944 na antiga rua da vassourinha, na cidade de Bezerros. O apelido é uma herança da projeção alcançada por seus avós, que eram artesãos da palha, faziam cestos, balaios e vassouras. Reconhecido como "Pais dos Papangus", Lula confecciona desde os 6 anos de idade alegorias diversas, máscaras de papangus, bois, bonecos gigantes e acessórios carnavalescos.
Com seu trabalho reconhecido em todo Brasil, Europa, Ásia, Estados Unidos, México e Canadá, Lula é também idealizador e responsável pelo Bloco Bacalhau de Lula Vassoureiro, que sai pelas ruas de Bezerros todas as quartas-feiras de cinzas.
Banda Revoltosa de Nazaré da Mata
A Sociedade Musical 5 de Novembro - Banda Revoltosa foi fundada em 14 janeiro de 1915, em Nazaré da Mata. A alcunha Revoltosa vem desde sua fundação, já que seus primeiros músicos foram dissidentes de outras duas bandas de música da cidade. Pela "rebeldia" demonstrada, foram logo tachados de "revoltosos". A Banda teve como seu primeiro presidente o Sr. Salustiano Francisco Correia e primeiro maestro o Sr. João Alves Cantalice (mestre Joquinha). Atualmente, é presidida por Josenildo Dias de Melo e o maestro é Rubens Luiz de Oliveira Santos.
Com quase 100 anos de existência, a Revoltosa se apresenta em diversos municípios de Pernambuco e em outros estados, além de promover um trabalho de formação de músicos, principalmente com jovens e adolescentes. Dentre os vários profissionais formados pela banda está o Maestro José Menezes, que ao lado de Nelson Ferreira e Capiba tornou-se um dos maiores compositores de frevo do Estado.
Confira Resolução do Conselho Estadual de Cultura sobre resultado. A resolução foi homologada pelo Secretário de Cultura e será publicada no Diário Oficial deste sábado (28/12/13).
Valores das bolsas mensais*Patrimônio Vivo - Mestre: R$ 1.021,62
Patrimônio Vivo - Grupo: R$ 2.043,24
*Valores determinados e corrigidos pela Lei do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Lei nº. 12.196, de 02 de maio de 2002.
Ademir Souza Araújo, o Maestro Formiga; Amaro Arnaldo do Nascimento, o artesão Lula Vassoureiro; e a Sociedade Musical Cinco de Novembro (Banda Revoltosa de Nazaré da Mata) são agora Patrimônios Vivos da cultura pernambucana.
A seleção anual tem o objetivo de reconhecer e apoiar mestres e grupos que detêm conhecimentos e técnicas necessárias para a produção e a preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular. Cada patrimônio vivo recebe do Governo do Estado uma bolsa mensal vitalícia e passa por diversos programas de ensino-aprendizagem, como oficinas, palestras e cursos com o propósito de transmitir seus saberes, processos fundamentais para a produção, manutenção e recriação de nossas manifestações culturais.
"Encerramos o ano de 2013 cumprindo mais uma meta da Cultura, que é eleger os três novos Patrimônios Vivos de Pernambuco. Uma difícil seleção, pois todos os nomes enviados ao Conselho Estadual de Cultura são da maior relevância para a nossa cultura. Um momento ainda em que destaco a importância desta lei, que é pioneira no nosso estado, cujo êxito se percebe por termos hoje editais semelhantes sendo realizados no Ceará, Minas e Espírito Santo. Cabe-nos agora cuidar, proteger e repassar para as próximas gerações o legado destes mestres", avalia Marcelo Canuto, secretário estadual de Cultura.
O Conselho Estadual de Cultura também exerce relevante papel na definição dos patrimônios vivos, pois cabem ao órgão a análise final das propostas já pontuadas pela comissão técnica e a indicação dos três vencedores. De acordo com Marcus Aciolly, presidente do Conselho, "é uma missão muito difícil escolher apenas três, mas temos a sensação de que o ano foi cumprido, temos a consciência de que são nomes extremamente importantes, símbolos da riqueza cultural pernambucana".
Com o resultado de mais um concurso, Pernambuco possui agora 31 patrimônios vivos. Os falecidos Mestre Salustiano, Ana das Carrancas, Canhoto da Paraíba, Arlindo dos 8 Baixos e João Silva também foram contemplados e são considerados Patrimônios Vivos in memorian, em respeito à valorosa contribuição que deram à cultura pernambucana.
Maestro Formiga (Recife)
Compositor, instrumentista, arranjador, regente e, acima de tudo, mestre. Este é Ademir Souza Araújo, Maestro Formiga, como também é conhecido. Nascido no Recife, em 15 de outubro de 1942, ele é um dos nomes mais respeitados do frevo, pela sua geração e por nomes da atual cena musical pernambucana. Músico autodidata, começou ainda muito jovem, vindo das bandas de música do Recife. Aos 19 anos, compôs o frevo "No ano 2000", já demonstrando que sua mente irrequieta sempre mirou à frente do seu tempo.
Inovador e ousado, Ademir Araújo é um dos mais originais maestros de frevo do estado, promovendo diálogos entre o gênero e outras vertentes musicais, até mesmo o rock. E sua incansável demonstração de amor pelo frevo está marcada em sua biografia, com décadas dedicadas ao fortalecimento do mais autêntico ritmo pernambucano. Foi fundador - e, posteriormente, regente titular - da Banda Municipal, na década de 1970; um dos idealizadores do Projeto Espiral, embrião do Centro de Criatividade Musical; regente da Banda Sinfônica Juvenil Pernambucana; idealizador e coordenador do Curso Ambulante de Música, que contou com a parceria de diversas agremiações carnavalescas do estado; maestro da Banda Sinfônica do Recife; entre outras. À frente da Orquestra Popular do Recife, tem feito trabalhos memoráveis, a partir da reinvenção do frevo, colocando-o em contato com o que há de mais contemporâneo na música.
Lula Vassoureiro (Bezerros)
Amaro Arnaldo do Nascimento ou Mestre Lula Vassoureiro, nasceu em 1944 na antiga rua da vassourinha, na cidade de Bezerros. O apelido é uma herança da projeção alcançada por seus avós, que eram artesãos da palha, faziam cestos, balaios e vassouras. Reconhecido como "Pais dos Papangus", Lula confecciona desde os 6 anos de idade alegorias diversas, máscaras de papangus, bois, bonecos gigantes e acessórios carnavalescos.
Com seu trabalho reconhecido em todo Brasil, Europa, Ásia, Estados Unidos, México e Canadá, Lula é também idealizador e responsável pelo Bloco Bacalhau de Lula Vassoureiro, que sai pelas ruas de Bezerros todas as quartas-feiras de cinzas.
Banda Revoltosa de Nazaré da Mata
A Sociedade Musical 5 de Novembro - Banda Revoltosa foi fundada em 14 janeiro de 1915, em Nazaré da Mata. A alcunha Revoltosa vem desde sua fundação, já que seus primeiros músicos foram dissidentes de outras duas bandas de música da cidade. Pela "rebeldia" demonstrada, foram logo tachados de "revoltosos". A Banda teve como seu primeiro presidente o Sr. Salustiano Francisco Correia e primeiro maestro o Sr. João Alves Cantalice (mestre Joquinha). Atualmente, é presidida por Josenildo Dias de Melo e o maestro é Rubens Luiz de Oliveira Santos.
Com quase 100 anos de existência, a Revoltosa se apresenta em diversos municípios de Pernambuco e em outros estados, além de promover um trabalho de formação de músicos, principalmente com jovens e adolescentes. Dentre os vários profissionais formados pela banda está o Maestro José Menezes, que ao lado de Nelson Ferreira e Capiba tornou-se um dos maiores compositores de frevo do Estado.
Confira Resolução do Conselho Estadual de Cultura sobre resultado. A resolução foi homologada pelo Secretário de Cultura e será publicada no Diário Oficial deste sábado (28/12/13).
Valores das bolsas mensais*Patrimônio Vivo - Mestre: R$ 1.021,62
Patrimônio Vivo - Grupo: R$ 2.043,24
*Valores determinados e corrigidos pela Lei do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Lei nº. 12.196, de 02 de maio de 2002.
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