ATELIER MUTIRÃO DE CULTURA

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Festival resgata com música filmes do cinema mudo


Escrito por Revista Continente   
Ter, 22 de Outubro de 2013 13:53
Após a inesquecível exibição de Metrópolis, de Fritz Lang, no encerramento do Festival Janela de Cinema, o resgate do cinema mudo voltará ao São Luiz na segunda edição da Mostra Cinema Silencioso. Serão nove filmes nacionais e estrangeiros, todos do início do século passado, exibidos em versões digitais e acompanhadas por músicos contemporâneos ao vivo.
 
A mostra tem uma olhar múltiplo sobre a produção. No evento serão apresentados desde obras produzidas na Amazônia, no caso Viagens a Roroimã e ainda Parimã Fronteiras do Brasil, com trilha de Lívio Tragtenberg. E filmes de ficção científica como Viagem à Lua de Georges Méliès, e o surrealista Um Cão Andaluz, de Buñuel. Os dois ganham trilhas do cantor e instrumentista, Claudio N. O remix em tempo real foi a aposta diante dos fragmentos de filmes do Ciclo do Recife, produzidos pelo VJ Gabriel Furtado  (Retnantz). A mostra acontece nos dias 8, 9 e 10 de novembro de 2013, no Cinema São Luiz, no centro do Recife.
 
Parte da programação da mostra são de filmes que abordam a vida cotidiana dos centros urbanos nos anos 20. São considerados filmes naturais (termo usado para filmes sem enredo, documentários).  A mostra inicia na sexta com o documentário Veneza Americana, de 1926, produzido no Recife pelos italianos Hugo Falângola e J Cambiere. A trilha sonora para a exibição vai ficar a cargo de Alex Mono. Na mesma linha, no sábado, terá sessão com o filme alemão Berlim, Sinfonia da Metrópole, de Walter Rutmann, com trilha sonora do DJ Bruno Pedrosa e músicos convidados. E fechando a mostra no domingo, a produção russa de Dziga Vertov, O Homem com uma Câmera, com PiR e Alex Mono. 
 
Confira a programação completa:
 
SEXTA-FEIRA: 08 /11
 
20h VENEZA AMERICANA - UGO FALANGOLA E JOTA CAMBIERI
 
Brasil, 1925, 68’22’’, p&b.
 
Documentário mostrando as obras do governador de Pernambuco, Sérgio Loreto nos anos vinte. Entre autoridades e obras que anunciam o desenvolvimento de Pernambuco, o filme mostra aspectos do porto de Recife, a circulação de automóveis e bondes pela cidade, as praias de Boa Viagem e do Pina, o quartel do Derby, até um passeio inusitado por um parque de diversões.
 
Trilha sonora: Alex Mono
 
21h JURANDO VINGAR - Ary SEVERO
 
Brasil, 1925, 52’, p&b.
 
A ficção engendra um drama romântico que se passa numa zona canavieira de Pernambuco. O plantador de cana Júlio Serra se apaixona por Berta, uma moça que trabalha em um bar e para viver este romance tem de superar uma tragédia familiar e uma história de vingança.
 
Trilha sonora: Décio Rocha
 
SÁBADO: 09/11
 
19h BERLIN: SINFONIA DA METRÓPOLE
 
Clássico documentário alemão que mostra uma visão impressionista de Berlim, verdadeira protagonista do filme, da aurora do dia até a madrugada. A composição dos planos proporciona um impressionante espetáculo visual, com ângulos e movimentos que vão compondo uma verdadeira sinfonia gráfica. Dividida em cinco atos, esse "documentário sinfônico" registra as principais relações que caracterizam o fenômeno urbano. O filme inspirou o documentário brasileiro 'São Paulo, a Symphonia da Metrópole', realizado dois anos depois de 'Berlim'.
 
Trilha sonora: DJ Bruno Pedrosa
 
20h VIAGEM A LUA - LE VOYAGE DANS LA LUNE/ VIAGEM À LUA
 
Baseado nos romances “Da Terra à Lua”, de Julio Verne e “Os Primeiros Homens na Lua”, de H. G. Wells, o filme dirigido por um dos precursores do cinema e “pai dos efeitos especiais” foi extremamente popular em sua época. Através de técnicas de dupla exposição do filme, obtendo efeitos especiais inovadores para a época, o filme conta a história de astrônomos que partem para a Lua.
 
Trilha sonora: Claudio N
 
 
20h30 UM CÃO ANDALUZ - UN CHIEN ANDALOU
 
Marco inicial do surrealismo no cinema, as ações imitam de maneira persistente o fluxo desconexo dos sonhos, o que ocasiona uma descontinuidade espaço-temporal. Com clara influência da psicanálise, o filme explora o inconsciente numa sequência de cenas oníricas, incluindo o célebre momento em que um homem interpretado pelo próprio diretor, corta com uma navalha o olho de uma mulher. O curta é considerado um dos filmes mais surpreendente e revolucionário da história do cinema.
 
Trilha sonora: Claudio N
 
21h MANTO MÁGICO DE OZ
 
Em 1914 L. Frank Baum adaptou seu livro The Patchwork Girl of Oz em um filme dirigido por J. Farrell MacDonald. Dorothy foi representada no filme pela atriz Mildred Harris, que tinha apenas treze anos de idade.
 
Trilha sonora – The Lombra Side of The Moon
 
DOMINGO: 10/11
 
16h VIAGEM A ROROIMÃ
 
Filmado durante a inspeção da fronteira com a Venezuela e Guiana Inglesa. Focaliza Rondon com diversas tribos e subindo o monte Roraima onde a expedição grava numa pedra 'General Rondon - Viva o Brasil - 29 de outubro de 1927.
 
Trilha sonora – Lívio Tragtenberg
 
 
PARIMÃ - FRONTEIRAS DO BRASIL
 
 
Documentário filmado em junho e julho de 1927 durante a inspeção da fronteira (brasileira) com a Guiana Francesa. Na época era chamado Parimã todo o sistema de montanhas do norte do Brasil, do Pico da Neblina até a Serra de Tumucumaque. Aspectos apanhados durante a excursão feita pela inspeção de fronteiras ao Parimã. O Rio Oiapoque; os Saramacás; os pretos guianeses; Saint Georges (cidade guianesa); Clevelândia (colonia agrícola brasileira do lado oposto); os saltos; as matas; índios guianeses pescadores; aldeia de 'Benarés'; habitações e usinas industriais da essência de pau-rosa; Amapá; o rio Amazonas e as cidades deste rio; região dos campos de Tumuc-Umac divisor da Guiana; jabotis, buritis; objetos e animais de uma tribo; índios caribés das Guianas; junto aos índios (preparo de beiju, etc.). (Resumo a partir de material examinado)
 
Trilha sonora – Lívio Tragtenberg
 
17h CICLO DO RECIFE- REMIX
 
Fragmentos de vários filmes da época do Ciclo Cinema do Recife
 
Trilha sonora –Alex Mono e Gabriel Furtado (Retnantz)
 
 
17h30 UM HOMEM E UMA CÂMERA DE FILMAR
 
O filme é um marco no cinema mundial, uma obra futurista, uma enciclopédia de técnicas cinematográficas com seus close-ups, slow motion, travelings e panorâmicas, ângulos e enquadramentos, recortes, transições e a animação de objetos, sendo pioneiro em muitas dessas. Desde seu início o filme nos mostra a que veio: romper com a literatura e dramaturgia no cinema. Para o diretor a câmera em seus movimentos e artifícios únicos e a montagem como motora do processo já é a marca estética da arte cinematográfica por excelência não sendo necessário um espetáculo encenado. Por isso, em um cinema sem atores e sem encenação, talvez o único e possível ator seja o próprio “homem da câmera”.
 
Trilha sonora –Alex Mono
 
Serviço:
II Mostra Cinema Silencioso
Onde: Cinema São Luiz (Rua da Aurora)
Quando: dias 8 (à partir das 20h),9 (à partir das 19h) e 10 de novembro (à partir das 16h)
Informações: (81) 9984-5301/ 8884-2811 

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